Um estudo apresentado pelo Ministério da Saúde, nesta quarta-feira (18), em Brasília, revela que mais de 28% da população brasileira, o equivalente a 60 milhões de pessoas, relatou ter sido infectada pela covid-19.
A pesquisa chamada “Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de covid-19 no Brasil” é o maior estudo de base populacional sobre os impactos contínuos do vírus da covid-19 no Brasil.
Um dado importante do estudo é que, na população geral, quase 19% relatam condições pós-covid, com mais frequência entre mulheres e indígenas.
O destaque é para os sintomas que afetam a saúde mental, 33,1% relatam ansiedade, 25,9% afirmam ter cansaço, 16,9% dificuldade de concentração e 12,7% das pessoas entrevistas relatam perda de memória.
De acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a pesquisa revela que os impactos da pandemia são grandes e duradouros, com acirramento de desigualdades históricas em saúde.
Outro destaque importante revelado pelo estudo foi que a pandemia trouxe efeitos devastadores na economia familiar dos brasileiros. E que os impactos foram mais frequentes nos mais pobres e nos domicílios chefiados por mulheres.
Cerca de 15% dos entrevistados registraram morte de um familiar devido à covid-19. Já 48,6% relataram redução na renda devido a pandemia. O epidemiologista Pedro Hallal, um dos responsáveis pelo estudo, explica que isso acarretou insegurança alimentar para 47,4% das pessoas.
A pesquisa também aponta que a maioria dos entrevistados (57,6%) confiam na vacina contra covid-19, com predominância entre as pessoas com maior renda. Contudo, a desconfiança das informações recebidas sobre o imunizante foi relatada por 27,3% da população, com predominância entre as pessoas de menor renda.
O estudo, que é uma continuação do que foi iniciado e interrompido em 2020, foi conduzido em 133 cidades brasileiras, com uma amostra de 33 mil entrevistas. Os resultados são voltados ao histórico de infecções, os impactos socioeconômicos, vacinação e condições pós-covid.