O julgamento dos réus do caso Genivaldo, que morreu dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, em Sergipe, entrou no sétimo dia.
Por causa do tempo de duração dos depoimentos, o Tribunal do Júri divulgou nesta segunda-feira (2) uma nova data para conclusão da sentença: será sexta-feira, dia 6 de dezembro.
Neste julgamento, os três ex-policiais rodoviários federais, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kleber Nascimento Freitas e William de Barros Noia, são acusados pela morte de Genivaldo de Jesus Santos, durante uma abordagem policial em Umbaúba, Sergipe, em 2022. Genivaldo havia sido abordado porque pilotava uma moto sem capacete.
O caso teve grande repercussão, com as imagens de Genivaldo colocado no porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal e submetido à inalação de gás lacrimogêneo. O laudo do IML apontou que Genivaldo morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória.
O tempo médio de depoimento de cada testemunha tem sido de quatro horas. Nesta segunda-feira, é a vez de um ex-policial rodoviário federal, hoje tabelião, prestar depoimento. Ele foi chamado pela defesa de um dos réus. Além disso, peritos que elaboraram laudos do caso prestarão esclarecimentos.
Até esse domingo, foram ouvidas 19 testemunhas: treze da acusação e seis da defesa. De acordo com o cronograma do Tribunal do Júri, após as 30 testemunhas, será a vez de ouvir os peritos do caso. Depois, os três réus serão interrogados. Na sequência, acontecerão os debates. Na sexta-feira, o júri composto por quatro homens e três mulheres deve decidir se os ex-policiais são culpados ou inocentes. Os ex-policiais rodoviários federais respondem pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado.
O Caso Genivaldo Santos foi incluído no Observatório de Causas de Grande Repercussão, do Conselho Nacional de Justiça. Outros casos no mesmo observatório são os desastres com barragens em Mariana e Brumadinho; e o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria.
* Com reportagem de Gabriel Corrêa