Servidores da Rede Federal de Saúde, que ocuparam o Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, em protesto contra a transferência da gestão para um grupo privado, querem o perdão da multa imposta pela Justiça.
De acordo com a auxiliar de enfermagem Christiane Gerardo, dirigente do Sindsprev, o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado, o pedido de perdão da dívida já foi encaminhado à Justiça, que estipulou o valor diário de R$ 50 mil, junto com a ordem de desocupação da unidade.
“Pedimos perdão da multa. O juiz falou que vai ser tratado no final e manteve nossa greve como legal. Porque nossa greve é por culpa da administração pública: obrigar o trabalhador a trabalhar em desvio de função; obrigar o trabalhador a trabalhar sobre graus de insalubridade pelo qual ele não remunera”.
A transferência da administração para o Grupo Hospitalar Conceição, decidida pelo Ministério da Saúde, acontece após anos de denúncias de sucateamento do Hospital de Bonsucesso. A unidade vinha sofrendo com a falta de infraestrutura, quadro funcional reduzido, serviço de emergência suspenso e leitos fechados.
A previsão do Ministério é que o processo de transição seja concluído até janeiro, data prevista para a reabertura da emergência, abertura progressiva de leitos e a volta do funcionamento do Centro Cirúrgico.
O grupo Hospitalar Conceição é vinculado ao Ministério da Saúde e reconhecido como a maior rede pública de hospitais da região Sul do país, com atendimento 100% SUS.
Para a nova gestão, o Grupo pode contratar 2.252 profissionais em vagas temporárias de médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários administrativos. Depois, será aberto um concurso público para a contratação definitiva de pessoal.
Em nota, o Grupo Hospitalar Conceição informou que vem fazendo um diagnóstico rápido em todas as áreas assistenciais do Hospital Federal de Bonsucesso desde sábado (19). A medida visa garantir a continuidade de todos os serviços de maneira segura. Atualmente, o hospital tem 200 pacientes internados.
