Os prejuízos com os ataques a ônibus na capital fluminense chegaram a cerca de R$ 75 milhões nos últimos 12 meses. Segundo o RioÔnibus, Sindicato das Empresas de Ônibus da cidade, que reúne 29 operadoras do transporte rodoviário de passageiros do município, com esse valor seria possível comprar 100 veículos novos que poderiam ser incorporados às frotas.
Nesta quinta-feira (17), quatro ônibus foram sequestrados por bandidos para obstrução de vias e barricadas contra operações da Polícia Militar. Dois na região da comunidade da Muzema, na zona oeste, e os outros dois na comunidade de Costa Barros, na zona norte da cidade. Na quarta, nove ônibus que circulavam também na região da Muzema foram sequestrados e usados como barricada por criminosos.
A violência contra veículos do transporte público, segundo o RioÔnibus, é recorrente. Em 12 meses, 136 veículos foram alvo desse tipo de ação. Situação que impacta também diretamente a vida de motoristas, passageiros e pessoas que precisam passar pelas vias interditadas.
O porta-voz do Sindicato das Empresas de Ônibus, Paulo Valente, afirma que os prejuízos aos ônibus incendiados ou vandalizados acabam chegando também ao bolso do usuário do serviço, com o aumento na tarifa.
“O maior prejuízo não é só o do ônibus incendiado. É o prejuízo causado pra mobilidade urbana da cidade, causado pra economia, porque a nossa economia funciona movida a ônibus. Uma boa parcela da nossa população utiliza o ônibus pros seus deslocamentos, pra suas atividades. Então, acaba impactando as empresas, toda a população, a economia e a imagem do estado”.
Paulo Valente também relata que tem ficado mais difícil contratar profissionais para algumas linhas e alguns motoristas que estão trabalhando nesses locais têm adoecido.
“Muitos deles pedem para serem retirados daquelas linhas e transferidos pras linhas em que a violência é menor ou não ocorre. E alguns chegam, realmente, a apresentar problemas psicológicos e acabam sendo afastados. É uma minoria, mas acontece, apesar das empresas oferecerem todo suporte psicológico, de atendimento e de cuidado com os motoristas”.
Dados do Sindicato dos Rodoviários do Rio de Janeiro apontam que de 2022 a 2024, entre 200 e 250 motoristas abandonaram a profissão após situações de crimes e agressões nos transportes coletivos, incluindo casos de incêndios. No último ano, foram cerca de 140 desligamentos.
* Com informações da Agência Brasil