A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta terça-feira que o problema que levou a contaminação pelo HIV de pacientes transplantados no Rio de Janeiro não está no Sistema Nacional de Transplantes e sim no descumprimento das regras que o sistema prevê.
O laboratório PCS Saleme, responsável pelos exames, já foi interditado pela Vigilância Sanitária e a investigação da Polícia Civil do Estado apontou diversas irregularidades.
Em depoimento, o qual a TV Brasil teve acesso, um dos investigados, o médico Valter Vieira, que está preso, disse que houve falha humana em dois laudos e que um funcionário que também está entre os investigados, não fez o procedimento de checagem do equipamento em que eram realizados os testes de HIV.
Ele justificou que assinou um dos laudos porque o documento reunia outros exames. O médico também afirmou que o segundo laudo inconsistente teria sido responsabilidade de outro funcionário, também investigado pela Polícia Civil, que teria ditado o resultado errado no sistema.
Ainda de acordo com Walter Vieira, a pessoa responsável pela liberação do laudo teria enganado o laboratório apresentando um diploma falso de biomédica.
A funcionária do laboratório PCS Lab Saleme que teria sido responsável pela assinatura desse laudo prestou depoimento na tarde desta terça-feira à Polícia Civil. A corporação informou que a investigação está sob sigilo e confirmou que ela era considerada foragida.
Os sócios e funcionários do laboratório PCS Lab Saleme, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, são os principais investigados. Ao todo, sete pessoas são investigadas.
A Anvisa, as Vigilâncias Sanitárias estadual e municipal e o Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde coordenam uma série de ações para investigar o caso.