sábado, dezembro 28, 2024
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Estudo aponta aumento de erosão na Praia do Saco, em Sergipe

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Um estudo do laboratório de Progeologia da Universidade Federal de Sergipe revelou um aumento da erosão costeira na Praia do Saco, localizada no município de Estância, no litoral sul de Sergipe. Segundo o levantamento, as águas do rio Piauí avançaram 130 metros sobre a própria margem nos últimos 10 anos. É o que explica o pesquisador Júlio César Vieira.

“Como a gente tem dois rios avançando para o oceano num mesmo ponto, a gente tem como consequência um estuário mais largo. Então, aqui a gente tem uma situação que a distância da ponta do saco até o pontal de Mangue Seco, que está na margem da Bahia, ela tem hoje 5.500 metros. Então, isso não é uma situação estável. Por exemplo, em 1992 essa distância entre as margens era de três mil metros.”

O levantamento aponta ainda que dos 147 quilômetros do litoral de Sergipe, cerca de 68 apresentam erosão intensa ou moderada. O dano mais recente provocado pelo avanço d’água foi o desmoronamento de uma residência construída na Foz do Rio Piauí. Atualmente, apenas uma estrada de chão batido divide a casa de praia destruída de uma área de preservação permanente. A ocupação imobiliária no local começou há cerca de 50 anos e, com isso, a construção de imóveis ocupou a barra arenosa que separava a Foz do Rio de um manguezal. 

O uso inadequado de pedras para impedir o avanço do mar na faixa de areia também acelerou o processo de erosão. Isso porque o quebra-mar acaba empurrando a energia das ondas do mar para a foz do rio.

Os pesquisadores estão realizando ainda a batimetria da foz do rio Piauí. O objetivo é verificar se o quebra-mar também está provocando o aprofundamento do canal do rio. Como explica Júlio César Vieira.

“Se a gente tiver uma situação aqui de canal muito profundo, muito próximo a essas casas, a gente tem uma situação de risco muito grave.”

O gerente de capacitação da Defesa Civil do estado de Sergipe, Capitão Fabiano Queiroz, explica como o órgão está monitorando a situação. 

“Atualmente essa situação veio se agravar um pouco mais, isso devido a alguns fatores. Na sua grande parte fatores naturais, mas que pode ter influência também de fatores humanos, como edificações construídas em locais que não deveriam ter sido construídas. Então, é uma ação inicial da Defesa Civil Municipal. Até o momento ela está avaliando a situação, está vendo quais medidas de mitigação podem ser feitas naquele local, e logo após esse estudo, eles vão entrar em contato com a Defesa Civil Estadual para verificar em conjunto o que pode ser feito para amenizar.”
 


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