A doença conhecida popularmente como elefantíase está oficialmente eliminada do território brasileiro. Nesta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde entregou à ministra da Saúde, Nísia Trindade, o certificado de país livre da filariose linfática, nome científico da doença. A cerimônia aconteceu na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília. O Brasil foi declarado território livre da filariose em setembro pela Organização Mundial da Saúde, mas apenas agora o certificado foi entregue.
A elefantíase é uma das principais causas globais de incapacidade permanente ou de longo prazo, afetando, principalmente, populações vulneráveis. O nome popular da doença deriva do grande inchaço nas pernas que ela provoca. O Brasil é o vigésimo país a receber a certificação pela eliminação da doença e o quinquagésimo terceiro a ficar livre de uma doença tropical negligenciada.
O diretor da Opas, Jarbas Barbosa, destacou que a eliminação de doenças relacionadas à vulnerabilidade da população envolve um grande esforço de diversos atores públicos.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, dedicou a certificação a todas as pessoas afetadas pela doença.
A elefantíase é causada por um verme, transmitido pela picada do pernilongo, e está relacionada à falta de saneamento. Além da incapacitação, devido aos sintomas visíveis, pessoas com a doença também podem sofrer discriminação e exclusão social.
A doença permanecia endêmica no Brasil apenas nos municípios de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista, todos na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco. Segundo o Ministério da Saúde, o último caso confirmado foi registrado em 2017.